sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Escrita


Para ler ouvindo:

Stateless - Bloodstream



Existem textos que se escondem em nossos sonhos e acordam com vontade de sair, mas ficam presos entre a correria do dia-a-dia e uma cabeça demasiada ocupada.
Existem textos que acordam com a gente e se escondem em meio a rotina, pedindo vezes para não serem contados, pedindo vezes para serem lidos.
Existem textos que são tristes mas se disfarçam felizes, se confundem e se distraem, mesmo em meio a melancolia.
Existem textos que pedem libertação e quando ela vem, ficam um pouco assustados.

Dia desses acordei com um texto batendo à cabeça, pedindo para sair, porém paciente. Pedindo para ser contado, mas antes, pedindo para ser entendido.
Dia desses ele disse com calma que não tinha intenção de causar dor, que não queria causar magoa, mas queria conversar.
O texto, sobre todas as coisas, pedia urgentemente para ser lido. E dentre seus parágrafos, dentre suas diversas palavras, havia um quê de tristeza que ficava ali, escondido entre suas linhas, em meio a diversas vírgulas e pontos.
O texto chamava atenção por mostrar algo estranho: em suas frases haviam mais reticências que pontos finais. E as virgulas? Ah, as virgulas eram infinitas. Ali, em seu meio, diversas exclamações – outrora agressivas, outrora alegres, outrora confusas. O que mais chamava atenção nele, no entanto , era a natureza estranha de suas interrogações. Elas pareciam infinitas e para quem olhava o texto atentamente, por ora, o tornava sem sentido.

Ele pediu para ser lido e voltou para o seu lugar, escondidinho, longe de tudo e todos. Tentando uma reedição silenciosa, indolor, com cuidado, com atenção. Pediu para ser lido e voltou para seu lugar, escondidinho. Por ora, antes de finalizado, era o melhor lugar para se estar.

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